A UEFA anunciou na manhã desta quinta-feira que o seu Comité Executivo agendou uma reunião extraordinária para amanhã, sexta-feira, em virtude dos últimos desenvolvimentos na Ucrânia, face à ofensiva da Rússia naquele país. A Associated Press avança mesmo que a UEFA já terá decidido não realizar a final da presente edição da Liga dos Campeões em São Petersburgo, como estava previsto.
“No seguimento da evolução da situação entre a Rússia e a Ucrânia nas últimas 24 horas, o presidente da UEFA decidiu convocou uma reunião extraordinária do Comité Executivo para sexta-feira, dia 25 de fevereiro, de modo a avaliar a situação e tomar as decisões necessárias”, pode ler-se num comunicado emitido pelo organismo máximo do futebol europeu.
Este comunicado surge depois de a UEFA se ter começado a ver fortemente pressionada para retirar a final da Liga dos Campeões à Rússia. A decisão da presente edição da ‘Liga Milionária’ está marcada para 28 de maio em São Petersburgo.
Um dos primeiros a apelar à UEFA para que altere o palco da referida final foi Boris Johnson, primeiro-ministro britânico. “Parece-me inaceitável que os grandes torneios de futebol, como a final da Champions, ou qualquer outro, possam ser realizados na Rússia depois da invasão de um país soberano”, frisou.
Esta posição de Boris Johnson foi, depois, apoiada pela maior parte das grandes potências continentais, como França, Alemanha e Itália, todas elas a favor de uma retirada da final da Champions a São Petersburgo como parte das sanções a aplicar pela União Europeia, de acordo com o jornal espanhol ‘As’.
A Rússia lançou na madrugada desta quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado já dezenas de mortos nas primeiras horas. O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.
Na sequência desta intervenção militar, os líderes do Conselho e da Comissão Europeia, respetivamente, Charles Michel e Ursula Von der Leyen, advertiram o Kremlin que o regime de Moscovo será “responsabilizado” pelos seus atos e a UEFA vê-se assim com uma ‘batata quente’ nas mãos. Da reunião de sexta-feira do seu Comité Executivo deverão sair novos desenvolvimentos, depois de na segunda-feira o organismo ter garantido, em declarações citadas pelo jornal britânico ‘Guardian’, que naquele momento não havia planos para alterar a localização da final, embora a situação estivesse a ser monitorizada.