“Estava tudo bem até um grupo de pessoas todas vestidas de preto entrar por aqui e começar a levar tudo”, desabafou Maria do Rosário, dona do Café Lopes, na Praceta Padre Luís Gonzaga Fonseca, junto ao Estádio D. Afonso Henriques.
Cerca de uma centena de adeptos não identificados e vestidos de negro agrediram e danificaram as viaturas estacionadas perto da praça durante a partida disputada no domingo, 23, entre o Vitória e o FC Porto, para o Troféu Cidade de Guimarães.
Estava tudo a correr dentro da normalidade, segundo Maria do Rosário, com os clientes identificados com o equipamento do clube da invicta a usufruir do seu estabelecimento. Tudo se alterou quando um o grupo não identificado entrou no café levando o extintor, que abriu à porta do estabelecimento, uma máquina de chocolates, o telemóvel de Maria do Rosário e tudo que tinham à mão, inclusive adornos do café. Tudo aconteceu por volta das 20h00, durante a partida de futebol, quando o grupo vandalizou algumas viaturas ali estacionadas, atirando garrafões de vidro que se encontravam junto aos contentores do lixo, e agrediram adeptos com filiação vitoriana que por lá passavam.
“O rapaz devia ter a idade do meu filho [14 anos]. Ele não se apercebeu que eram adeptos do Porto, porque não estavam identificados. Quando chegaram ao pé dele agrediram-no e roubaram-lhe o telemóvel. Depois ele fugiu, já sem o telemóvel”, contou um morador. Outro morador alega que ligaram para a polícia e para o 112, mas ninguém veio em socorro.
Durante os incidentes, foram ainda arremessados diversos petardos. “Eles não vieram ver futebol. Só criar o pânico”, sublinhou. Segundo um dos moradores, o cenário ganhou outros contornos quando os adeptos do Vitória começaram a sair do estádio e só serenou quando a polícia chegou ao local. “Não é admissível que durante um jogo de alto risco não se veja um polícia nas imediações do estádio”, disse um morador que assistiu ao desenrolar dos acontecimentos da sua janela.
Na segunda-feira, dia 24, em nota de imprensa enviada aos órgãos de comunicação, a PSP já defendeu que o jogo de futebol decorreu dentro da “normalidade e de acordo com o planeamento elaborado pelo Comando Distrital da PSP de Braga”. Na nota pode ler-se ainda que “os polícias do Corpo de Intervenção cumpriram mais uma vez o planeado e o que deles se esperava, garantindo a deslocação em segurança dos adeptos do clube visitante e ficando de reserva nas imediações do estádio, durante todo o decurso do jogo”.