A SAD do Sp. Braga divulgou as conclusões do Relatório e Contas da época 2020/2021.
Os minhotos registam um prejuízo de quase dois milhões de euros, 1930.
Registe-se que nestas contas ainda não está incluída a venda de Ricardo Esgaio ao Sporting, que rendeu 5,5 milhões de euros.
Comunicado na íntegra:
“A Sporting Clube de Braga – Futebol, S.A.D. (doravante abreviadamente designada “Braga SAD” ou “Sociedade”) vem apresentar os principais indicadores do Relatório & Contas referente à época desportiva 2020/21, o qual será submetido a aprovação dos acionistas em Assembleia Geral a realizar no próximo dia 26 de outubro de 2021, às 18 horas, no Auditório do Estádio Municipal de Braga.
Num exercício de complexidade extrema, impactado de forma transversal pelo contexto epidemiológico vivenciado, a Braga SAD superou as expectativas previstas em sede orçamental (que apontavam para um resultado negativo de 2,602 milhares de Euros), alcançando um resultado líquido de -1,930 milhões de Euros e um EBITDA de 6,866 milhões de Euros, revestindo-se estas grandezas de maior relevo considerando que não refletem os ganhos associados à operação de alienação dos direitos de inscrição desportiva do atleta Ricardo Esgaio (concluída a 3 de julho de 2021), que ascenderam a 5,5 milhões de Euros.
Estes resultados foram alcançados apesar da adversidade da conjuntura vigente, caracterizada não apenas por um incremento de dispêndios diretamente conexos com a prevenção e rastreamento da Covid-19, mas sobretudo por uma pressão significativa sobre os principais canais de receita das sociedades desportivas, seja pela ausência de valores relevantes no segmento matchday (considerando a interdição de acesso de público a recintos desportivos), seja pelo menor dinamismo do mercado de transferências de atletas.
Ainda assim, a Sociedade gerou rendimentos decorrentes de operações com atletas no valor de 22,319 milhões de Euros, consubstanciando a terceira temporada consecutiva em que tal grandeza supera os 20 milhões de Euros, o que contribuiu de forma considerável para que o total de rendimentos ascendesse a cerca de 50 milhões de Euros.
Ao nível dos gastos, o exercício ficou incontornavelmente marcado pela sobreposição de encargos referentes às temporadas 2019/2020 e 2020/2021, dada a conclusão tardia da primeira, designadamente ao nível dos gastos com o pessoal (sendo o reconhecimento, no presente exercício, dos prémios do terceiro lugar na edição de 2019/2020 da Liga NOS um exemplo paradigmático). A este respeito, e dada a sua elevada representatividade na estrutura de custos da Sociedade, refira-se que as remunerações do pessoal ascenderam a 16,550 milhões de Euros, ao que acresceram prémios de desempenho (4,332 milhões de Euros), encargos sobre remunerações (1,587 milhões de Euros), seguros de acidentes de trabalho (2,198 milhões de Euros), entre outros (2,612 milhões de Euros). Estes valores incluem todos os gastos inerentes aos atletas, treinadores e staff que compõem as equipas da Sociedade, nomeadamente formação (sub-15, sub-17 e sub-19), equipa sub-23, equipa B e equipa principal, e demais colaboradores.
Ao nível da posição financeira, o Passivo registou uma diminuição significativa de 6%, sendo de realçar que se trata do decréscimo mais acentuado desta rubrica nos últimos exercícios, o que permitiu (entre outros) liquidar integralmente as responsabilidades assumidas pela Sociedade no período de paralisação generalizada da atividade verificado no término do exercício transato.
Por outro lado, o Ativo da Sociedade ascendeu a 94 milhões de Euros, montante que abarca o investimento superior a 7 Milhões de Euros efetuado no exercício na “Cidade Desportiva Sporting Clube de Braga”. Note-se que na análise ao Ativo não pode ser descurada a considerável subavaliação do valor do plantel que, valorizado ao custo de aquisição, se encontra substancialmente abaixo do respetivo valor de mercado.
Contas feitas, a Sociedade concluiu um dos exercícios mais exigentes da sua história com Capitais Próprios próximos dos 40 Milhões de Euros (o segundo montante mais elevado de sempre apresentado pela Braga SAD) e vendo a sua autonomia financeira reforçada (42%), o que corrobora, uma vez mais, a sua robustez económico-financeira e a excelente capacidade para fazer face aos compromissos assumidos.”