A propósito de acusações levadas a cabo pelo Ministério Público contra a Benfica SAD, recordemos uma outra acusação contra um canadiano por ter escrito um artigo num blog. Para o procurador, a derrocada da dívida pública portuguesa que levou à entrada da Troika fora desencadeada por esse post.
Para descrever a acusação, a defesa usou termos como «autêntica tolice», «absurdo», «sem um pingo de vergonha», «falta de noção da realidade», os quais, curiosamente, podem facilmente voltar a ser convocados no E-Toupeira.
O advogado foi mais longe. Esta estultícia toda não seria inocente. Segundo ele, o MP tinha aderido a uma tese conspirativa sustentada por pressões políticas. Por outras palavras: estava a fazer um favor a alguém.
O caso, muito naturalmente, redundou na absolvição do blogger. Se o juiz não fizer parte da festa, é o que sempre acontece perante acusações estapafúrdias.
Como é natural também, o visado não se contenta com a mera absolvição. Este admitiu processar Portugal por «investigação grosseiramente incompetente e negligente». E ainda deixou este mimo ao procurador do MP: “É uma tragédia para Portugal que reguladores e procuradores do Ministério Público considerem apropriado usar as instituições do Estado para fabricar casos contra os críticos, em vez de focarem os seus esforços em prevenir o custo das crises financeiras que emergem sob os seus olhos”, considerou Peter Boone.
Para terminar, a pergunta para 734 mil euros é:
Imagina quem foi o procurador do MP deste caso «fabricado»?