Esta terça-feira fica marcada pela detenção de Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, e de José Silva, um técnico de informática do Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça (IGFEJ), por suspeitas de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal. O ex-observador de primeira categoria Júlio Loureiro, e o empresário de futebol Óscar Cruz também terão sido constituídos arguidos.
Em comunicado, a PJ referiu que, na operação “e-toupeira”, foram realizadas trinta buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa que levaram à apreensão de “relevantes elementos probatórios”.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) informou no seu site que o inquérito está relacionado com “a prática de acessos por funcionários a diversos inquéritos em segredo de justiça para obtenção de informação sobre diligências em curso, informações que eram depois transmitidas ao assessor da administração de uma sociedade anónima desportiva a troco de vantagens”. Foram cumpridos seis mandados de buscas domiciliárias, um de busca a gabinete de advogado e 21 mandados de buscas não domiciliárias na presença de um juiz de instrução criminal, dois procuradores-adjuntos, inspetores da PJ e peritos informáticos. Os dois detidos vão ser sujeitos a primeiro interrogatório judicial.
Rapidamente o Sl Benfica reagiu e emitiu um comunicado
Eis o comunicado:
“A Sport Lisboa e Benfica SAD confirma a realização de buscas às suas instalações no âmbito de um processo de investigação sobre eventual violação do segredo de justiça e reitera a sua total disponibilidade em colaborar com as autoridades no integral apuramento da verdade.
A Sport Lisboa e Benfica SAD manifesta a sua confiança e convicção de que o Dr. Paulo Gonçalves terá oportunidade, no âmbito do processo judicial, de provar a legalidade dos seus procedimentos.
A Sport Lisboa e Benfica SAD informa que irá pedir com carácter de urgência uma audiência à Senhora Procuradora-Geral da República, pelas reiteradas e constantes violações do segredo de justiça, sobre os processos que envolvem o clube, numa estratégia intencional e com procedimentos fáceis de serem investigados, como hoje foi claramente comprovado.”