Candidato à presidência do FC Porto, Nuno Lobo, empresário da restauração no Porto, não se revê na gestão de Jorge Nuno Pinto da Costa e deixa críticas ao trabalho feito pela SAD nos últimos anos.
Em entrevista ao Bancada, o candidato questiona o porquê dos resultados financeiros do FC Porto – no último semestre, a SAD portista apresentou perdas no valor de 51,8 milhões de euros – e assume que o clube tem que começar a pensar no futuro.
“Qualquer adepto do FC Porto vê os valores dos défices, das mais-valias e elas estão sempre no negativo. Pior, com a ressalva que se proponha que os administradores recebam prémios pelo mau desempenho. Temos de pensar a longo prazo, estamos a falar do FC Porto”, afirma Nuno Lobo.
Ao mesmo tempo, o empresário de 50 anos assegura aos sócios do FC Porto de que faz parte da alternativa e que não se revê no pensamento de muitos sócios do emblema azul e branco.
“Tenho todo o respeito pelos sócios do FC Porto e se há uma franja de adeptos que pensa dessa forma, eles estão a traçar o caminho do clube. Eu não vou estar naquela linha que aposta na continuidade”, explicou.
As saídas de Brahimi e Herrera a custo zero, a não renovação dos contratos de Alex Telles e Tomás Tavares – terminam contrato em 2021 – e o regresso de Marcano por quatro milhões de euros, após ter saído a custo zero para a Roma, fazem parte das queixas apontadas pelos apoiantes do candidato.
Destacando que esses negócios tiveram repercussões a nível desportivo e financeiro, Nuno Lobo deixa uma pergunta no ar sobre a “engenharia financeira” do FC Porto, muito elogiada no passado.
“Muitos apoiantes me perguntam como é possível termos o clube assim. Nenhum de nós sabe o que se passa. Como é que há muitos portistas que não querem saber disto? Estamos nisto há anos. Questiono, onde é que está a famosa engenharia financeira do FC Porto?”, comentou.
Como tal, Nuno Lobo não entende o porquê de Pinto da Costa não ter passado os testemunhos do clube mais cedo, mesmo tendo em conta que se está a falar do “maior presidente da história”.
“Tudo na vida tem um fim. Nunca esquecerei o Pinto da Costa, muitas vezes gritei o nome dele, mas devia ter preparado alguém para suceder os destinos do FC Porto. O Pinto da Costa disse muitas vezes que não se recandidata. Foram sempre adiando, as pessoas agarraram-se tanto a isso que agora temos o que temos”, concluiu.
A assembleia geral eleitoral para os órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2020/2024 ainda não tem data marcada, face à pandemia da Covid-19 em Portugal.
Pinto da Costa e José Fernando Rio já apresentaram as suas listas para o ato eleitoral.