O Benfica denunciou esta segunda-feira, no programa ‘Chama Imensa’, na BTV, um alegado esquema do “Novo Apito Dourado”. José Marinho, da direção de comunicação do Benfica, mostrou um esquema da alegada estrutura, que será encabeçada por Pinto da Costa, tendo depois braços, um civil e outro armado – os Super Dragões, segundo José Marinho:
“A liderança é de Pinto da Costa, presidente do clube. Depois temos:
Luís Gonçalves (diretor-geral do FC Porto) – “Tem dado nas vistas recentemente, primeiro pelas ameaças que faz e que depois se concretizam. Além de ser director geral da SAD, é também delegado ao jogo, o que lhe permite estar perto do relvado e condicionar, coagir elementos da equipa de arbitragem, e não apenas os árbitros principais. Sobre ele, decorre a investigação de um processo de corrupção ativa por causa da descida de categoria de Tiago Antunes. É um elemento crucial deste novo AD.”
Joaquim Pinheiro (vice-presidente do FC Porto) – “Delegado ao jogo do FC Porto B, um dos rostos do velho Apito Dourado. Irmão de Reinaldo Teles e curiosamente familiar de Rui Pinheiro, que é atualmente delegado da Liga de Clubes. O que não seria se o Benfica tivesse um vice-presidente e um vice familiar fosse delegado da Liga de Clubes.”
António Perdigão (comentador de assuntos de arbitragem no Porto Canal) e Alexandre Morgado (Ex-presidente do CA da AF Porto) – “Um bocadinho mais abaixo nesta estrutura, com pessoas que não estão ligadas directamente ao clube. António Perdigão, ex-árbitro assistente de Paulo Costa e comentador de assuntos de arbitragem no Porto Canal, Alexandre Morgado, ex-presidente do CA da AF Porto e que se demitiu devido a um escândalo relacionado com as nomeações dos jogos do Canelas. Estes dois senhores são elos de ligação do FC Porto com a restante estrutura ligada ao CA da AF Porto. Estes factos estão na posse das autoridades. São pessoas cujo objetivo é contactar os árbitros, condicioná-los.”
Carlos Carvalho e Sérgio Pereira (Presidente e vice-presidente do CA da AF Porto) – “Na AF Porto é preciso destacar Carlos Carvalho, atualmente presidente do CA da AF Porto, e Sérgio Pereira, vice-presidente do CA da AF Porto, ex-árbitro de 2.ª categoria e que foi castigado no âmbito do processo AD com uma pena de quatro anos e sete meses. Todos estes elementos, de acordo com as informações prestadas às autoridades, tentam ajudar o FC Porto a controlar os árbitros.”
Fábio Nastro (ex-árbitro da AF Porto) – “Até os motoristas dos árbitros na AF Porto são escolhidos a dedo. Fábio Nastro, ex-árbitro da AF Porto, é motorista do árbitro Rui Costa e é muito próximo de Antonio Perdigão.”
Monteiro da Silva (vice-presidente do CA da AF Braga) – “Reúne-se amiúde com Luís Gonçalves. Almoça, janta… Reunir com o vice da AF Braga não é crime, o problema é quando juntamos as peças, onde é possível perceber que aqui há marosca.”
Luís Ferreira e Vítor Ferreira (árbitros) – “Monteiro da Silva é ao mesmo tempo considerado por quem denunciou estes factos o padrinho de dois árbitros de Braga: Luís Ferreira e Vítor Ferreira. Luís Ferreira, que não desceu de categoria por uns décimos, e desceu Jorge Ferreira, um dos árbitros que o FC Porto não gosta e que era preciso fazer baixar à segunda categoria. Sobretudo era importante que Luís Ferreira permanecesse na 1.ª categoria. Foi o árbitro do Benfica-Boavista da época passada. Este árbitro é um dos poucos que se deixa influenciar por este novo AD.”
Super Dragões – “Há um braço armado desta estrutura protagonizado pelos Super Dragões (SD) e um braço civil. Os SD desde há um ano distinguem-se pela intimidação dos árbitros, que começa com a visita ao centro de treino dos árbitros. A partir daqui as ameaças foram constantes, por diversas vias: via SMS, fazendo-se notar junto das áreas de residência dos árbitros, das famílias, das escolas onde estudam os seus filhos”
Estes factos estão na posse do Ministério Público, do DCIAP e das autoridades judiciais. Essas autoridades é que vão dizer se corresponde à verdade ou não”, sublinha José Marinho que afirmou ainda que o objetivo desta alegada estrutura passa por contactar os árbitros e condicioná-los.
“Este novo Apito Dourado não está ainda tão maduro como o velho. Porque nem Fontela Gomes [n.d.r.: presidente do Conselho de Arbitragem da FPF] se chama Pinto de Sousa ou Lourenço Pinto, nem os árbitros são tão influenciáveis como eram os outros. Não são apenas suspeitas avulsas, sem nome. Estão na posse das autoridades policiais, daí o interesse público. Não roubamos nem pirateamos informação. Não cometemos nenhum crime para chegar a elas nem na sua divulgação”, acrescentou.