Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, viu ontem o Ministério Público deduzir acusação contra ele no âmbito da Operação Lex, de um crime de recebimento indevido de vantagem em coautoria com Fernando Tavares, amigo e vice-presidente do clube das águias entre 2003 e 2008, e no atual mandato, e com o advogado Jorge Barroso. O crime de recebimento indevido de vantagem, segundo o Código Penal, é punido com pena de prisão até três anos ou multa até 360 dias.
Luís Filipe Vieira não se pronunciou (chegou a ser apontada uma declaração para o final do jogo em Famalicão, onde assistiu à estreia dos encarnados na Liga, mas tal acabou por não acontecer). No lugar dele acabou por reagir António Cunha Vaz, assessor «do cidadão Luís Filipe Vieira» neste processo e não do presidente do Benfica, como fez questão de separar.Convocou a Imprensa para garantir que a investigação «cometeu vários erros», chamou-lhe mesmo um «caso ridículo», e garantiu que Luís Filipe Vieira «nunca pediu favores» diretamente ao então juiz Rui Rangel, «nem fez qualquer pagamento».«Na acusação o senhor Luís Filipe Vieira não é acusado de ter pago nada a quem quer que fosse». A acusação sublinha que Rangel «recebeu bilhetes para três jogos, dois deles foram em 2014, ou seja antes dos factos descritos no processo». Esses dois jogos foram uma deslocação ao Mónaco e a outra a Turim, para a final da Liga Europa, contra o Sevilha… «que a investigação confundiu com uma final da Liga dos Campeões».
«Luís Filipe Vieira está acusado e vai defender-se como tem direito. Há um aproveitamento grande da imagem de Luís Filipe Vieira e muita gente interessada que fosse acusado. E esquece-se as muitas coisas boas que fez», disse Cunha Vaz.