«Eu herdei um banco em que o Benfica devia 202 milhões de euros e teve um comportamento exemplar pagando casa tostão»

Presidente executivo do Novo Banco disse no Parlamento que o Benfica tem tido um comportamento “exemplar” e que pagou todas as dívidas que tinha.

Para além da revelação da reestruturação da dívida do presidente do Benfica, trazida à Comissão de Orçamento e Finanças pela Mariana Mortágua, a dívida do Benfica também veio à baila, desta feita pela deputada do CDS, Cecília Meirelles.

Sobre o financiamento de 28 milhões do Novo Banco ao clube dos encarnados, feito no início deste ano António Ramalho diz que pediu a Domingos Soares de Oliveira, presidente da SAD do Benfica, para o libertar pontualmente do sigilo bancário – porque este é um tema que o “escandaliza”. Isto é, O CEO do Novo Banco acha “inaceitável” que se trate deste tema por intermédio das notícias que têm saído, “quando se trata de um cliente que tinha 202 milhões de euros em dívida” no tempo do BES e tem baixado de forma rápida essa exposição, graças a um pagamento diligente e cumpridor por parte do devedor.

O presidente do Novo Banco falou sobre as relações comerciais que tem com o Benfica, para mostrar que, apesar da utilização da linha de crédito de 28 milhões de euros no início deste ano, revelado numa notícia do Expresso, o clube tem reduzido a sua dívida perante o banco.

António Ramalho considerou que é “inaceitável” juntar esse financiamento ao Benfica, a partir de uma conta caucionada aberta em 2017, com as dívidas de empresas do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, grupo económico que causou perdas de 225 milhões ao banco. “É injusto” fazer essa confusão, com um clube que tem cumprido as suas obrigações.

A linha de financiamento (conta caucionada), no valor de 30 milhões, estava aberta desde 2017 e o Benfica utilizou 28 milhões este ano, já quando a SAD era afetada pela pandemia de covid-19. O endividamento do clube desceu, explicou Ramalho.