O extenso Relatório e Contas apresentado pela SAD do FC Porto no sábado à noite, referente ao primeiro semestre do exercício 2019/20, termina com uma nota do auditor Rui Manuel da Cunha Vieira, que representa a Ernst & Young Audit & Associados .
Os dragões anunciaram um Resultado Líquido Consolidado negativo de 51.854 milhões de euros, um passivo de 444.526 milhões de euros, um ativo de 357.595 milhões de euros e, como tal, o Capital Próprio consolidado situa-se nos 86.931 milhões negativos.
«Com base no trabalho efetuado, nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a concluir que as demonstrações financeiras consolidadas condensadas anexas de Futebol Clube do Porto – Futebol, S.A.D. em 31 de dezembro de 2019, não estão preparadas, em todos os aspetos materiais, de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro, tal como adotadas na União Europeia, para efeitos de relato intercalar (IAS 34)», salienta o auditor.
De qualquer forma, a Ernst & Young menciona uma «incerteza material relacionada com a continuidade» da atividade: «Na sequência de prejuízos incorridos nos últimos anos, em 31 de dezembro de 2019, o capital próprio encontra-se negativo (sendo por isso aplicáveis as disposições do artigo 35 do Código das Sociedades Comerciais) e o passivo corrente é bastante superior ao ativo corrente. Estas condições indicam que existe uma incerteza material que pode colocar dúvidas significativas sobre a capacidade do Grupo em se manter em continuidade.»
«Não obstante, tal como mencionado na nota 3, as demonstrações financeiras foram elaboradas no pressuposto da continuidade das operações, prevendo-se a manutenção do apoio financeiro das instituições financeiras e outras entidades financiadoras, nomeadamente através da renovação e/ou reforço das linhas de crédito existentes, bem como o sucesso futuro das operações de alienação de direitos de inscrição desportiva de jogadores, tal como previsto nos orçamentos de exploração e tesouraria, o qual é essencial para o equilíbrio económico e financeiro do Grupo e para o cumprimento dos compromissos financeiros assumidos. A nossa opinião não é modificada em relação a esta matéria», remata o responsável pela auditoria.