O presidente da SAD do Belenenses, Rui Pedro Soares, fez esta terça-feira um forte ataque à introdução das linhas de fora de jogo nas análises do videoárbitro (VAR), classificando-as como «péssimas para o futebol».
Em comunicado enviado às redações, o líder dos azuis do Jamor dá o exemplo do golo anulado a Edi Semedo, por estar alegadamente 4 centímetros fora de jogo, no duelo com o Moreirense da última jornada, juntando-se assim ao coro de críticas semelhantes por parte do Benfica.
Confira o comunicado de Rui Pedro Soares na íntegra:
«É falso que sejam 100 por cento fiáveis as linhas de fora de jogo que são apresentadas depois de uma decisão tomada através do sistema de videoárbitro.
É mão humana quem determina o momento em que o passe foi executado para o jogador cuja legalidade da posição vai ser avaliada. Só depois de ser parada a imagem, a tecnologia intervém.
No jogo deste domingo, mesmo no fim do jogo, já nos descontos, foi anulado um golo ao Belenenses SAD porque a linha determinou que o nosso atacante estava fora de jogo por 4 cm.
O sistema GPS prova que o Edi Semedo atingiu a velocidade de 29 km/h nesse momento, isto é 8 metros por segundo, fez 4 metros em 0,5 segundos. Os fatídicos 4 centímetros do fora de jogo foram percorridos em 5 milésimas de segundo.
Se a transmissão dos jogos da Liga NOS tiver a mesma qualidade das transmissões da Premier League, em cada segundo de jogo temos 50 imagens (frames) – cada frame corresponde a 2 centésimas de segundo.
Entre cada frame, o Edi Semedo percorre quase 16 cm e ninguém consegue determinar exactamente o momento em que a bola lhe foi passada, nem sequer a pessoa que parou a imagem e concluiu que ele estava em fora de jogo.
Se o sistema VAR foi uma excelente medida, a introdução das linhas de fora de jogo, com as limitações tecnológicas ainda existentes, é péssima para o futebol – não é fiável e provoca interrupções prolongadas no jogo.
Apesar de termos perdido dois importantes pontos por este golo ter sido anulado nos descontos, concordo em absoluto com a rapidez com que o árbitro no VAR assinalou o fora de jogo. Com esta incerteza, o mais correcto será tomar a primeira decisão que vem à cabeça.»