O Sport Lisboa e Benfica contratou Luquinhas ao Vilafranquense em 2016. Um ano mais tarde e após 15 jogos na equipa B, cedeu-o sem custos ao Desp. Aves, juntamente com 50% do passe. Ficou com cláusula de recompra de 100 mil euros (100% de mais valia para o Desp. Aves que nada pagou por ele) e cláusula anti rivais de 15 milhões. Em 2019 os avenses venderam 50% por 450 mil euros ao Légia Varsóvia, que reverteram para o Glorioso a fim de abater na dívida de mais de 2 milhões dos nortenhos. A trama de espezinhamento do SL Benfica ao Desp. Aves realizada e produzida pelo Público é esta e exceptuando os “especialistas” consultados, ainda ninguém a entendeu.
Vou dar aqui um exemplo de comparação, que nada tem de ilegal (antes que apareça a trupe leonina a tentar dar-me com um cinto na carola): em 2018 o Sporting CP emprestou o Palhinha ao SC Braga por 2 anos, sem custos, ficando os bracarenses com direito de preferência numa futura venda. Como foi emprestado, no final da presente época o atleta vai regressar a Alvalade valorizado e ao que se comenta, será vendido por 10 ou 15 milhões, com o SC Braga a receber zero. Aposto que António Salvador gostava de ter sido espezinhado como o Aves neste negócio.
Outro negócio relatado na referida “reportagem” é o de Ricardo Mangas, formado no Benfica e cedido ao Aves nos mesmos moldes de Luquinhas. Acontece que neste caso, os rumores apontam para o interesse do SL Benfica em recomprá-lo por 100 mil euros, o que é relatado pelo “jornalista” como sendo catastrófico para o emblema dos chineses, que terão propostas bem mais vantajosas. Não sei a quanto está o lateral esquerdo do último classificado do campeonato no mercado, mas o Transfermarkt fala em 450 mil euros. Tendo o Desp. Aves 50% perde 125 mil euros no negócio de um jogador em quem investiu zero. Não menosprezando o valor que a mim daria muito jeito, não me parece catástrofe de capa de jornal.
Texto que junta Carlos Ponck, Derley, Arango, Luquinhas ou Elhouni, tem tudo para dar reportagem de interesse. Precisava era de ser escrita para “Benfiquista ler”, explorar a chegada destes atletas ao Glorioso e não a vida deles no Desp. Aves. Procurar entender os negócios com Millionários ou Rubiu Ñu, sem consultar “especialistas” seria trabalho jornalístico de interesse encarnado. Descortinar ilegalidades em cláusulas em vigor em todo o Mundo nem entesa anti-benfiquistas, quanto mais Gloriosos Adeptos. Fazer capa com uma águia de pata afiada na cara da ave do Desp. Aves (honestamente não sei que bicho é, se calhar e outra águia), demonstrando lá dentro que o Sport Lisboa e Benfica é credor de “dívidas que deveriam impedir a inscrição do Desp. Aves” burla quem comprou o jornal de olhos esbugalhados e clamando alto e bom som “Ahhhhh eu sabia lampiões!!!”. Porque tudo bem esmiuçado, o artigo é sobre a gestão do Desp. Aves. E como o Portimonense bem sabe, se não tiver o SL Benfica associado, ninguém vai ligar a isso.