Neste momento, há um debate em aberto com duas perspetivas completamente diferentes: por um lado, há quem defenda que as competições devem ser imediatamente canceladas; por outro, há quem defenda que os campeonatos devem ser concluídos, seja quando for. Qual é a posição do Benfica?
Eu, como diretor-geral, tenho de estar conhecedor de todas as posições. Por isso, temos participado em todas as reuniões – sejam da FPF, da Liga, da ECA, ou de todos os fóruns oficiais – e sabemos o que se passa em Portugal e nos outros países e instituições. Sabemos das várias teorias e perspetivas, mas eu acho que é importante voltarmos um pouco ao início e citarmos o nosso Presidente, quando ele dizia que isto não era tempo para pensarmos em futebol, mas sim na questão da saúde. Há aqui uma coisa que não vai mudar: quem vai ditar a velocidade a que o futebol anda são as normas, é a DGS, é o Ministério da Saúde. Da nossa parte, hoje em dia, o discurso oficial que existe, na UEFA, na ECA ou na Liga portuguesa, é: os campeonatos vão concluir-se. Obviamente, aquilo que mais queremos é voltar a jogar. Sabemos que o temos de fazer em situações de segurança para todos, mas queremos muito voltar a competir e concluir as 10 jornadas – mais a final da Taça de Portugal – que nos faltam para terminar a época. Resumindo, eu diria que, neste momento, o nosso único foco é garantir que no início de maio conseguimos voltar a treinar, embora com algumas limitações, e, o mais tardar, em junho, iniciamos a competição, que são as indicações que temos da Liga. Depois teremos até ao final de julho/início de agosto para concluir as competições.
É esse o plano do Benfica, em função do que está determinado pela Liga ou pela UEFA?
A Liga portuguesa tem seguido ipsis verbis as determinações que vêm da UEFA. A última grande determinação foi alargar o prazo até dia 3 de agosto para podermos concluir as competições nacionais. Infelizmente, não temos equipas portuguesas nas competições europeias, o que, por outro lado, acaba por dar maior possibilidade de se concluir as competições nacionais. Nesse sentido, os clubes, em conjunto com a Liga e com os departamentos médicos de todos os clubes, começou a construir um plano de retoma que prevê o início dos treinos – ainda que individuais – no início de maio, que depois, mediante as determinações de saúde, passarão a treinos coletivos e, quando estiverem reunidas as condições possíveis, o início dos jogos, ainda que à porta fechada numa primeira fase. É neste panorama que temos de nos orientar, é aqui que está o nosso foco, as decisões que tomamos são em função deste plano. Obviamente que se me perguntarem se pensamos e estudamos outros planos, a resposta é “sim”. É o nosso trabalho. Mas, neste momento, o nosso foco é no final de abril/início de maio conseguirmos regressar ao trabalho, ainda que com muitas limitações.
É ou não verdade a hipótese que veio a público na Imprensa de que os jogos vão ser à porta fechada, e que inclusive o Benfica pode integrar o grupo de equipas que vão estar no Algarve praticamente em isolamento para concluir as provas?
Nunca ouvi esse tema nos fóruns próprios para estas discussões. Só na Comissão Permanente da Liga temos reuniões de três em três dias, e esse é um tema que nunca foi abordado e não me parece minimamente exequível.