A decisão do Tribunal da Relação de Lisboa foi perentória: a Sport Lisboa e Benfica SAD não vai a julgamento, não sendo esta decisão passível de recurso. Estamos perante uma decisão definitiva, foi declarada a não culpabilidade da Benfica SAD. De resto esta era a única decisão esperada e admissível, confirmada pelo desembargador Rui Teixeira após a posição tomada pela juíza Ana Peres, a 21 de dezembro de 2018, que na fase de instrução afirmou que a SAD encarnada não tinha qualquer responsabilidade nos factos descritos pela acusação do Ministério Público. Qualquer outra decisão que não esta, significaria que a Justiça estaria completa e absolutamente manietada por interesses obscuros e com sabor a café com leite e também fruta. Não que o esteja em parte, mas deixa uma réstia de esperança no sistema judicial português.
Uma palavra para o procurador Valter Alves que defendia pronúncia da Benfica SAD por um total de 30 crimes: um crime de corrupção ativa, outro de oferta ou recebimento indevido de vantagem e 28 crimes de falsidade informática. A novela escrita por este senhor procurador é tão ficcional que os próprios colegas de Justiça, juízes desembargadores Rui Teixeira (relator) e Maria Teresa Féria de Almeida, foram forçados a fazer o óbvio, criticando a investigação do MP e da Polícia Judiciária.
Um exemplo: “não foi demonstrado, nem investigado sequer”, que a administração da SAD do Benfica tenha “querido a conduta” do seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves, no âmbito do processo ‘e-toupeira’.
Outro trecho do Acórdão: “Dir-se-á mesmo que se procurou apurar as condutas individuais esquecendo o todo que depois se pretendeu ilustrar na acusação. Na acusação refere-se um esquema que parte da Benfica SAD para que esta beneficie de informações privilegiadas e assim possa agir melhor perante eventuais adversidades. No inquérito investigaram-se condutas individuais sem as mesmas serem contextualizadas. E tudo com prejuízo da Justiça, que apenas pretende ver clarificadas as situações e punidos eventuais criminosos e dos próprios intervenientes, incluindo a Benfica SAD, que assim terá de suportar o pesado labéu da suspeita”
O que moveu Valter Alves a ter esta conduta irresponsável e negligente? Será que não tinha noção do quão fraca era a sua investigação e sustentação? Teria as costas quentes? Conta bancária mais recheada? Elucidem-nos por favor.
Para que fique bem claro para todos, e porque a verdade tem que estar acima de tudo, o acórdão afirma que “em parte alguma do inquérito se conclui que os corpos sociais da Benfica SAD, por ação ou omissão, concordaram ou anuíram à conduta do arguido” Paulo Gonçalves.
Que não haja dúvidas que o que se passou nestes últimos anos tem sido um enorme circo, nascido no Hotel Altis e com o alto patrocínio do FC Porto e Sporting CP. Uns palhaços continuam no circo, outros foram embora, outros vieram. Em comum têm o facto de terem graves problemas de postura, a sua coluna vertebral tem sérios problemas. Sugerimos tratamento urgente.
A generalidade das pessoas ficou perplexa com a defesa, sem show-off, adotada pelo SL Benfica, desejando que o Clube fosse mais enérgico na sua defesa. Contudo é complicado alguém se defender de uma organização mafiosa altamente mecanizada, e com aliados nos mais diversos centros de decisão. para combater o perigo de verem o SL Benfica iniciar uma hegemonia no futebol português.
O Acórdão hoje emitido é também explicito num ponto: a Benfica SAD viu a sua imagem irreversivelmente prejudicada com esta deficiente investigação, visto o manto da suspeição não desparecer nunca por completo. Os tribunais civis já deram razão do Benfica noutro processo, tendo sido o FC Porto condenado a pagar dois milhões de euros ao Benfica no caso dos emails. Esta é mais uma pequena reposição da vitória, mas exige-se mais. Exige-se um Benfica ativo na caça de quem o quer ver moribundo. Os próximos tempos serão interessantes, clima bom para o passarinho Rui Pinto começar a contar.
O Porto perdeu Casillas, Militão, Felipe, Brahimi, Herrera, Hernani, Adrian, Oliver, e continua sob a égide da UEFA (Fair-Play Financeiro), estando atualmente sem acesso aos milhões da Liga dos Campeões. O Sporting chegou ao cúmulo de, segundo o seu responsável financeiro, ter falhado um pagamento de impostos, quando ainda por cima estava aberto o mercado de transferências. Não chegou o perdão de juros, não chega o descoberto bancário na ordem dos 20Milhões, não chega o previsto perdão de 70% da dívida dos VMOCs, também falham pagamentos de impostos. Falar disto? Para quê? Falar do Sport Lisboa e Benfica é que rende.
Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa:
https://docdro.id/OmABAd7