Candidato à presidência do FC Porto aponta algumas críticas ao atual momento do clube.

José Fernando Rio, candidato à presidência do FC Porto, concedeu uma entrevista ao Jornal Económico na qual explica os motivos que o levaram a avançar para as eleições, sem deixar de apontar algumas críticas ao atual momento do clube.

“Decidi recandidatar-me à presidência do FC Porto porque, em primeiro lugar, sou portista desde pequenino, de coração, de ir aos estádios, de acompanhar a equipa. Em segundo lugar, candidato-me porque nos últimos anos tenho notado que existe um decréscimo competitivo da equipa, algo que é acompanhado por uma depreciação das contas da SAD. Neste momento, o clube não se encontra naquela pujança em todas as frentes que a presidência de Pinto da Costa nos habituou. Achei que este era a altura adequada para intervir para que possamos pôr um travão a esta perda de performance desportiva e financeira e dar um futuro ao clube”, declarou.

José Fernando Rio considera que “o FC Porto não tem mantido um plantel estável, com a saída de cinco titulares: Casillas, Filipe, Militão, Brahimi, Herrera”, além de mencionar as saídas a custo zero. “Isso era algo impensável há meia dúzia de anos. A questão financeira não tem permitido que se possa gerir os jogadores que terminam contrato da melhor forma. Não tem havido capacidade financeira para segurar jogadores no último ano de contrato e isso também não permite ao clube vender esses jogadores com mais-valia financeira para o clube. Esses jogadores que têm saído têm um bom valor de mercado mas o FC Porto não tem beneficiado com isso. Ao longo dos últimos 20 anos, fomos um clube de referência a descobrir talentos e a realizar mais-valias”, disse, abordando depois o prejuízo no primeiro semestre da temporada.

“O estado a que chegaram as contas do FC Porto faz-me avançar para esta candidatura. Os jogadores que foram contratados para esta época chegaram tarde e isso fez com que não nos conseguíssemos apurar para a Liga dos Campeões e só dar-nos-ia pelo menos à volta 40 milhões de euros. Estas contas assustam-me até porque, fruto desta crise que estamos a viver, não sabemos como vai ser o mercado de transferências”, comentou.

José Fernando Rio termina falando sobre algumas saídas na estrutura. “Nos últimos anos, saíram vários elementos de grande valor da estrutura e que não foram substituídos à altura: Antero Henrique, Angelino Ferreira e Fernando Gomes. Creio que na estrutura existem alguns egoísmos e interesses próprios que se sobrepõem aos interesses do FC Porto. Jorge Nuno Pinto da Costa deixou-se distrair com outros assuntos, não olhou bem para as contas e estas têm influência na performance desportiva. Houve algum desleixo que fez com que o FC Porto se debata com graves problemas financeiros”, rematou.

As eleições para os órgãos sociais do FC Porto, recorde-se, terão três candidatos: Pinto da Costa (Lista A), Nuno Lobo (Lista B) e José Fernando Rio (Lista C). A Lista D, encabeçada por Miguel Brás da Cunha, corre apenas ao Conselho Superior. Estão marcadas para seis e sete de junho.