Ataque à academia: “O homem [Jorge Jesus] está lá fora e vão matá-lo”

As testemunhas arroladas no julgamento ao ataque a Alcochete regressam esta terça-feira ao tribunal, hoje do Monsanto em vez do de Montijo como aconteceu na segunda-feira, para serem ouvidas pelo coletivo de juízes.

Bruno Fernandes e Stefan Ristovski são os jogadores do Sporting arrolados como testemunhas que deverão ser ouvidos esta terça-feira. Também Vasco Fernandes, secretário técnico do Sporting testemunhará uma vez que foi ele que deu indicações aos jogadores sobre as aterações do treino. Esta testemunha fazia a ponte entre Jorge Jesus e a equipa leonina.

Na última sessão, ocorrida segunda-feira, foram ouvidos os jogadores Maximiano, Wendel e Mathieu. Todos relataram os momentos de horror vividos nos balneários de Alcochete.

Acompanhe ao minuto:

10h52 – “Temi, não saboia onde ia acabar. Estavam de caras tapadas e não sabia se tinham armas”, relata Vasco. O secretário técnico leonino não sofreu ferimentos. Questionado sobre o jogo da Madeira, o funcionário afirma: “Acuña estava indignado com o comportamento dos adeptos”.

10h50 – Vasco afirma não ter noção se entraram todos os adeptos mas revela um pormenor sobre o tempo que estes estiveram no balneário: “Está na hora, vamos embora. Parecia que tinham um ‘timming'”. Após a fuga dos adeptos, o funcionário diz ter visto o ‘mister’ com a mão e nariz ensanguentados. Este estava a falar com Mendes e “parecia estar a pedir-lhe satisfações”.

10h32 – “Ao Rafael Leão ninguém bateu, até o cumprimentaram, disseram que não lhe iam bater”, afirma ainda o secretário.

10h21 – “Entraram cerca de 20 homens. O [Fredy] Montero levou uma estalada na cara. Tenho a imagem ainda presente”, revela o funcionário. “Não entraram para falar com ninguém, diziam que matavam todos: ‘Sai da frente senão mato-te'”, descreve Vasco Fernandes.

10h20 – “O homem [Jorge Jesus] está lá fora e vão matá-lo”, disse Raúl José, adjunto de Jorge Jesus para Vasco Fernandes, segundo o funcionário do Sporting.

10h20 – O funcionário revela que nessa altura se encontravam na sala das botas, junto aos balneários, e que os adeptos procuravam portas abertas. Posteriormente foi para o balneário.

“O balneário tem duas portas metálicas, pedi as chaves, mas estavam empenadas e era preciso muita força”, afirma.

Vasco afirma ainda que Petrovic lhe disse: “Não feches, eles que venham”.

10h19 – “Vi um adepto aos pontapés a tentar mandar a porta abaixo”, descreve Vasco acrescentando que foi aí que os jogadores começaram a surgir.

“Os jogadores ouviram barulho. Chegavam e os adeptos ainda ficavam pior, por isso disse para saírem”, relata.

10h18 – Vasco Fernandes afirma que ficou surpreendido no dia do ataque: “Nunca tinha acontecido, fiquei petrificado”.

Ricardo Gonçalves, chefe de segurança do Sporting, terá então começado a falar com eles. “Pensei que ia fechar a porta do balneário, foi o meu instinto”, assume Vasco.

“A minha preocupação foi ir para a porta mais direta de quem vem para do exterior. Já estava fechada e normalmente está aberta”, revela o funcionário do Sporting.

10h15 – Vasco Fernandes, o secretário técnico do Sporting que fazia a ponte entre Jorge Jesus e os jogadores, é o primeiro a falar.

10h12 – Começou o julgamento no tribunal de Monsanto, em Lisboa.